Geração de 45


Geração de 45
Guimarães rosa
Nasceu em 27/06/1908 e morreu em 19/11/1967.
Um dos maiores nomes da Literatura Brasileira do século XX. Guimarães Rosa significa para a Literatura do século XX, o que Machado de Assis significou no século XIX.
Guimarães Rosa conseguiu renovar e reinventar a linguagem regionalista (tema explorado por vários autores da nossa Literatura).
Formou-se em medicina e em 1934 tornou-se diplomata chegando a ser embaixador.
Era um estudioso das línguas e da natureza e sua passagem por vários países só fez aumentar seu interesse.
OBRAS
- Magma (poesias – 1036): não chegou a publicar.
- Sagarana  (1946 – contos e novelas regionalistas): livro de estréia
Obs: se procurarmos no dicionário a palavra Sagarana, não a encontraremos. Ela foi inventada pelo
autor. Esse processo chama-se neologismo e foi muito usado pelo escritor.
- SAGA (radical germânico): usado para designar narrativas em prosa.
- RANA (sufixo tupi-guarani): significa “à semelhança de”
- Corpo de Baile (1956 – novelas): essa obra é atualmente publicada em 3 partes:
--Manuelzão e Minguilim
--No Urubuquaquá, no Pinhém
--Noites do Sertão
- Grande Sertão:Veredas (1956)
- Tutaméia – Terceiras estórias: causou furor no meio literário e dividiu a critica, porém, fez grande sucesso com o público. Foi o último livro que Guimarães Rosa publicou em vida.
- Com o vaqueiro Mariano (1947)
- Estas estórias (1969 - contos)*
- Ave, palavra (1970 – diversos)*
*obras póstumas
Características de sua obra
Além das criações de palavras (neologismos) podemos apontar outras características.
- Uso de aliterações e onomatopéias no intuito de criar sonoridade
- Temas envolvendo destino, vida, morte, Deus.
- A língua falada no sertão está presente em sua obra (fruto de anotações e pesquisas lingüísticas).
Guimarães Rosa utiliza termos que não são mais usados, cria neologismos, faz empréstimos de palavras estrangeiras e explora estruturas sintáticas para recriar e reinventar a língua portuguesa.
Além disso, Guimarães Rosa faz uso do ritmo, aliterações, metáforas e imagens para criar uma prosa mais poética ficando no limite entre a poesia e a prosa.
A obra de Guimarães Rosa alcança uma dimensão universal, ou seja, ficamos tão envolvidos com suas histórias que, aos poucos, nos tornamos sertanejos e jagunços e passamos a pertencer àquele mundo recheado de indagações sobre a existência de Deus e do diabo, o bem e o mal, a violência, etc.

Clarice Lispector
Clarice Lispector nasceu na Ucrânia em 1925, vindo ainda recém-nascida com seus pais para o Pernambuco, inicialmente, e depois para o Rio de Janeiro. É possível perceber na escritora uma forte identificação com o povo nordestino. Antes dos 7 anos, já inventava histórias. Sua mãe também escrevia, mas Clarice só soube disso através de suas tias, após a morte da mãe. Suas irmãs também eram escritoras. Uma delas, de livros técnicos.
Quando questionada sobre como definia sua produção literária, Clarice diz ser “caótica, intensa, plenamente fora da realidade da vida”. Nunca assumiu a profissão de escritora. Para ela, escrever só quando tinha vontade. Considerava-se amadora e fazia questão de continuar sendo, para manter a liberdade.
Clarice tinha momentos de intensa produção literária. Quando terminava uma obra, ficava “oca”, como ela dizia. Então, escrevia para crianças. Escreveu 3 livros de literatura infantil para seu filho. Ela considerava fácil se comunicar com crianças, pois tinha natureza maternal. Já com o adulto, achava difícil, pois quando se comunicava com o adulto, estava na verdade se comunicando com o mais secreto de si mesma. “A criança tem a fantasia, é solta”. “O adulto é triste e solitário em qualquer momento da vida, basta um choque um pouco inesperado e isso acontece”. Mas não se considerava solitária, pois tinha muitos amigos.
Lispector escrevia para ficar livre de si mesma, para compreender a alma humana. Para ela, escolher a própria máscara é o primeiro gesto humano e solitário. Com uma personalidade intrigante, reconhecia o valor do mistério, do silêncio. Numa última entrevista concedida à determinada rede de TV, ela diz: “Ouve-me, ouve o meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. Capta essa outra coisa de que na verdade falo porque eu mesma não posso”.
Quando não estava escrevendo, Clarice se considerava morta. Para ela, o período entre um trabalho e outro é muito doloroso, pois é um período de esvaziamento da cabeça para nascer alguma outra coisa. “É tudo tão incerto”. Sobre o papel social da escrita, ela afirma que o que escreve não altera em nada no mundo. Não sabe por que continuar escrevendo. Diz ela: “No fundo, a gente não está querendo alterar as coisas; a gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro”. Mas de uma coisa é certa: o papel do escritor é falar o menos possível. Daí ela dizer que “o melhor está nas entrelinhas”.
Clarice Lispector relata que compreender sua obra não é uma questão de inteligência, mas de sentir, de entrar em contato. Ou sua obra “toca, ou não toca”. Às vezes, ela se sentia isolada, mas depois via que os universitários a procuravam, entendiam sua obra. O que a espantava, mas se sentia gratificada. Quando alguém fazia uma releitura de sua obra, sentia-se aliviada, pois alguém a havia compreendido. Ela acreditava que o fato de a considerarem escritora a isolava, pois as pessoas enxergavam-na através desse rótulo. E isso a incomodava.
Partindo para o conjunto de sua obra, Clarice revela uma intrigante tentativa de investigar as camadas mais densas da consciência humana na procura de compreender o sentido da existência. Através de uma aparente linguagem simples, a escritora mergulha numa análise psicológica do ser humano, revelando assim uma permanente preocupação em alcançar a verdade escondida na aparente simplicidade das palavras.
À medida que os personagens de Clarice Lispector crescem numa obra, eles tende a se intelectualizar e a se tornarem falsos pela incapacidade de revelar mais que pensamentos, reflexões e pequenas crueldades, exprimindo assim a dificuldade do diálogo humano quando atingem a maturidade.
A linguagem de Clarice se revela como uma armadilha. A aparente linguagem simples trata-se, contudo, de uma simplicidade enganosa. O caráter introspectivo de sua produção literária mostra que há muito “dito” além da superfície do texto. A própria escritora já afirmava: “o melhor ainda não foi escrito. O melhor está nas entrelinhas”.
Outra particularidade da linguagem clariceana é o tom de coloquialismo e de narração sem surpresas da escritora, bem como as formas com que chama o leitor para dentro da narrativa (“O que vai ser de Joana?”, “Vamos chorar baixinho?”). Essas formas dão uma ilusão de familiaridade. Assim, é nesse conjunto de palavras comuns que se depositam as dimensões encontradas na realidade.
Além disso, convém destacar que na obra de Lispector pode-se compreender melhor a diferença entre forma e estilo. Pela ótica estilística, Clarice se encontra no primeiro plano dos escritores brasileiros, já que ela mantém uma percepção perspicaz do detalhe, fugindo da lógica prosaica para uma construção de uma prosa poética. Pela ótica formal, seus personagens vivem num mundo “opaco, caótico, raso por consequência, como efeito natural, reinando a estaticidade em suas relações”. No entanto, existem momentos em que seus personagens se abrem numa sensação de vida ou na revelação de uma verdade fragmentada. É nessa tensão entre a opacidade e o instante liberador que se concentra o conflito básico da obra de Lispector.

NOMES: VITOR, AMAURI  e GABRIEL.
Deixe seu Comentário:
Sem Comentários »

0 comentários:

Postar um comentário

▲ Subir