Em “A Imitação da Rosa”, Laura é uma dona de casa, à primeira vista comum. Aos poucos, nas entrelinhas da narrativa, subtende-se que ela acaba de retornar de uma temporada internada em um sanatório. Ela espera o marido, Armando, chegar do trabalho, para que juntos eles se dirijam à casa de Carlota, uma amiga de infância de Laura, pela primeira vez desde que ela voltara do hospital. Para manter a cabeça no lugar, Laura tendia a deixar a casa impecavelmente arrumada e perfeita, como ela precisava ser, evitando dar qualquer significado aos objetos que a rodeavam.
“Laura tinha tal prazer em fazer da sua casa uma coisa impessoal; de certo modo perfeita por ser impessoal”
Um conflito se instaura no momento em que Laura se dá conta da existência do ramalhete de rosas. A fragilidade da sua mente é trespassada pela imagem da perfeição da flor, num momento de epifania, revelação, presença constante na obra de Clarice Lispector.
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