Geraçao de 45



A GERAÇÃO DE 45 NA POESIA BRASILEIRA

Em setembro de 1977 realizou-se em São Paulo um nomeado I Encontro com a Literatura Brasileira e coube ao poeta e também professor de literatura Affonso Romano de Sant´Anna discorrer sobre o tema "Poesia Brasileira Contemporânea". Nessa exposição, disse ele: "Em torno de 45 surge a chamada Geração 45 com um programa oposto ao de 1922, tentando um caminho "universalizaste" e uma volta ao verso sério e literário. Essa geração, ainda que relativamente discutida, foi muito mais acusada do que estudada. Mesmo  assim é uma data mais precisa e conhecida de muitos que  1956, em geral identificada (erroneamente) apenas como ano do surgimento (oficial) do Concretismo" (...) "A Geração de 45, utilizando-se de formas clássicas (sonetos, odes, canções, rondós, romances etc.) optou por uma "internacionalização" valorizando Lorca, Rilke, Eliot, Pessoa, Eluard, Valéry. A poesia volta a ser um "canto". Há um exercício vocabular erudito e a busca de um intimismo neo-romântíco e neo-simbolista.




TRÊS EVENTOS MARCANTES
O ano de 1945 coincide com três eventos marcantes:

um de âmbito internacional — o fim da 2.3- Guerra Mundial e início da reconstrução política, social e económica do mundo; dois de âmbito nacional — a deposição de Getúlio Vargas, com o início da reconstrução política, social e económica do Brasil, e a morte de Mário de Andrade, que se identifica, senão com uma reconstrução, pelo menos, certamente, com uma reelaboração e um redimensionamento da literatura brasileira. Especialmente da poesia, mas sem esquecer o aparecimento, no ano seguinte, do fenómeno João Guimarães Rosa, revolucionador de nossa prosa. Registra-se um idêntico estado de espírito, externa e internamente: o desejo de ordem e disciplina: E é inegável que, quanto à poesia, coube aos poetas de 45 e arredores assumir uma nova tomada de consciência artística, proclamando os princípios pelos quais deveria se nortear a poesia, antes de mais nada, com um caráter "sério" e "literário", para usar as expressões de SanfAnna.







HISTÓRIA

Arrolaremos a seguir, cronologicamente, alguns fatos que, ao nosso ver, explicam e justificam o surgimento e seguimento da Geração de 45.Em fevereiro de 1946, em artigo de jornal, Álvaro Lins preconizava que, "sem desdenhar a essência poética, a nova
geração deveria fazer a sua revolução pelo restabelecimento da forma artística e bela, que não seria uma herança do Parnasianismo, mas uma revolução dentro do gosto e do senso estético do nosso tempo. O que é revolucionário hoje — dizia ele — é o senso da forma, a construção artística, o aperfeiçoamento da arte de escrever, a preocupação do estilo."

Ainda em 1946, dezembro, nas páginas de "O Estado de S. Paulo", outro grande crítico brasileiro, Sérgio Milliet, apontava a presença de poetas que tentavam voltar ao "equilíbrio das construções que resistem ao tempo". E em maio de 47 retomava ele o assunto, dizendo que esse grupo de poetas (naturalmente, os de 45) assumira abertamente a ofensiva e se lançava à realização de uma poesia feita de nobreza, sobriedade e decantação voluntária. E atribuía a tais poetas a revalorização da palavra, a criação de novas imagens, a revisão dos ritmos e a busca de novas soluções formais.



Elaborado por Jarbson AndradeAndrei Rosas, William Araujo

Nº  18, 06, 38
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